terça-feira, 10 de maio de 2011

Eu gosto de uma boa festa que faz mal.

Acordei com dores no corpo, zonza e deitada em um tapete fofo. Estava meio escuro, algumas luzes coloridas. Sentei tentando lembrar o que aconteceu. Era uma houseparty, pebolim, sinuca, piscina, mulheres e muitas coisas que te fazem perder a cabeça. A música estava baixa, mas parecia ecoar ao penetrar meus ouvidos a cada batida.
Não havia ninguém , nenhum corpo em estado deplorável alcóolico boiando na piscina e muito menos carros e gritaria de mulher.
‘Mas que porra...’
Tentando manter o equilíbrio, resolvi passear pela casa afim de encontrar alguma pista do que aconteceu, não encontrei nada além de copos sujos e quase vazios de vodka, cerveja e whisky com energético. No banheiro havia uma calcinha pendurada e alguns resíduos de comida devolvida sutilmente recusada pelo estômago de alguém.
‘Que nojo’
Resolvi subir as escadas, alguém deve ter trepado loucamente no quarto e dormiu de cansaço e bebedeira. Ainda pouco desequilibrada, fiz questão de tropeçar em uma garrafa de Jack Daniel’s, pelo menos isso fez com que eu escutasse sinal de vida vindo do último quarto. Três toques na porta, o silêncio responde, três toques mais e o mesmo silêncio. A porta não estava trancada, abri de leve e pelo pouco que pude ver, estava depositado um corpo iluminado pelos raios de sol que entravam pelas brechas das vigas da janela. Abri mais um pouco, não parecia ter mais alguém ali, entrei. E ali estava eu e um corpo bem desenhado e coberto das nádegas aos seios pelo lençol azul claro.
‘Quanta calcinha gente, tá parecendo estoque de loja de lingerie, não sei o que rolou aqui, mas claro que foi bem interessante e esqueceram de me chamar’.
Parada em frente a cama, analisei cada pedacinho daquele corpo e confesso, bem ansiosa para ver o rosto da deliciosa dama. Dei a volta na cama e abaixei frente ao rosto coberto por longos cabelos castanhos, bagunçados e cheirando a cigarro.
‘PORRA’
Como assim? Não é possível! Sabe a reação de susto? Então. Cacete, sério, poderia ser qualquer pessoa, mas jamais imaginaria que esse corpo belo fosse de uma drag queen.