quarta-feira, 26 de setembro de 2012

A volta, a necessidade desnecessária.

Ritmo atípico. Cuspir de fora pra dentro, até quando o asco da grossa saliva tornar-se menos propício a calafrios quando a linha volta gélida para a boca. E por que não? São aquelas narrativas massivas, críticas obvias e sem fundamentos, teorias e teorias e teorias e pratica? As pessoas se enganam o tempo todo com elas mesmas e tornam inadmissível alguém enganá-las? Enganam-se. Conviver, consigo, conviver contigo, conviver comigo e já me dei tanto trabalho me engando o tempo todo. Mas é que não sei, essa sede, essa ânsia humana de mascarar o engano próprio como se fosse o maior pecado da religião vida, morram todos brincando de lucidez, surdez, castigados. Bichos estranhos, interesseiros, corriqueiros e quase que dispensáveis, não vivo sem e prefiro evitar. Tolices a parte, ser humano é a coisa mais bizarra e anormal que se pode existir, burro até, a ponto de passar a perna em si próprio várias e várias vezes. Olhar nos olhos se tornou difícil? Não, eles nunca se encontraram. A gente percebe quando procura e não encontra, sente falta, sente lágrima e não sente nada. É muito trocadilho. Largou café com vodca, porque o café nunca a agradou e a vodca já despertou náuseas traumáticas. Disse isso e dormiu. Eu só fiquei sabendo, debatendo por horas e dias na tpm maluca que rola e rala e rola e rala no cérebro, desgasta viu? Sentiu. Quanta atrocidade. Desistiu de que agora? De nada. Conquistou tudo, encheu o peito, a cabeça, o curriculum, recuperou o juízo, mas tirou dois.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Eu gosto de uma boa festa que faz mal.

Acordei com dores no corpo, zonza e deitada em um tapete fofo. Estava meio escuro, algumas luzes coloridas. Sentei tentando lembrar o que aconteceu. Era uma houseparty, pebolim, sinuca, piscina, mulheres e muitas coisas que te fazem perder a cabeça. A música estava baixa, mas parecia ecoar ao penetrar meus ouvidos a cada batida.
Não havia ninguém , nenhum corpo em estado deplorável alcóolico boiando na piscina e muito menos carros e gritaria de mulher.
‘Mas que porra...’
Tentando manter o equilíbrio, resolvi passear pela casa afim de encontrar alguma pista do que aconteceu, não encontrei nada além de copos sujos e quase vazios de vodka, cerveja e whisky com energético. No banheiro havia uma calcinha pendurada e alguns resíduos de comida devolvida sutilmente recusada pelo estômago de alguém.
‘Que nojo’
Resolvi subir as escadas, alguém deve ter trepado loucamente no quarto e dormiu de cansaço e bebedeira. Ainda pouco desequilibrada, fiz questão de tropeçar em uma garrafa de Jack Daniel’s, pelo menos isso fez com que eu escutasse sinal de vida vindo do último quarto. Três toques na porta, o silêncio responde, três toques mais e o mesmo silêncio. A porta não estava trancada, abri de leve e pelo pouco que pude ver, estava depositado um corpo iluminado pelos raios de sol que entravam pelas brechas das vigas da janela. Abri mais um pouco, não parecia ter mais alguém ali, entrei. E ali estava eu e um corpo bem desenhado e coberto das nádegas aos seios pelo lençol azul claro.
‘Quanta calcinha gente, tá parecendo estoque de loja de lingerie, não sei o que rolou aqui, mas claro que foi bem interessante e esqueceram de me chamar’.
Parada em frente a cama, analisei cada pedacinho daquele corpo e confesso, bem ansiosa para ver o rosto da deliciosa dama. Dei a volta na cama e abaixei frente ao rosto coberto por longos cabelos castanhos, bagunçados e cheirando a cigarro.
‘PORRA’
Como assim? Não é possível! Sabe a reação de susto? Então. Cacete, sério, poderia ser qualquer pessoa, mas jamais imaginaria que esse corpo belo fosse de uma drag queen.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

O fim é o novo começo.

-Pára Luisa! Eu não te agüento mais! Que saco cara. Quero que você se foda com todos seus amiguinhos imbecis. Você só dá brexa de boa, não quero alguém como você do meu lado.

- Ah é?

-Nossa, esse teu jeito me estica os nervos, como você é otária.

- E eu achando que você era diferente...

- Diferente demais pra você né? Só porque não aceito teus surtos de humor, não aceito esse teu modo passarinho de viver.

- Então, já falou tudo que queria?

- Ai, ok. Estou indo embora e espero que saiba o que perdeu.

- Perdi nada não, fui tua o tempo todo e quem deu a maior brexa foi você, nem revidei.

- Então por que você deu a entender que tinha revidado?

- Porra cara, trombei a menina sem querer e você acha que eu fiz rolêzinho com ela, ta de brincadeira comigo?

- Ta Luisa, você não muda. Vou embora e vou levar as lembranças comigo, porque eu realmente amo você, mas não dá cara, não mesmo.

- Beleza, já pode sair.

- Ah não, você não ta nem ...

- To sim, você que não presta atenção, se não quer me escutar some daqui.- interrompi. Eu não conseguia raciocinar, a Letícia chorando daquele jeito me tirava todo o raciocínio, eu tinha que ir até o fim, já não estava feliz com a situação - Se esse tempo todo foi importante pra você Letícia, deveria ter dado o devido valor, coisa que você não fez, agora, sai daqui? Preciso de mim, preciso pensar.

Antes de sair, me abraçou chorando dizendo que me amava e que estava arrependida de não ter lutado por nós. ‘Reflexos vindos de você‘. Pensei. Ou luta comigo, ou some da minha frente. Preciso do diferente, a rotina me causa angústia e irritação, tenho aversão ao preso, já basta os animais do zoológico na jaula e os presos atrás das grades. Fui criada numa selva urbana, vou querer prisão pra quê?

Sei de uma coisa, quero viver minha vida com alguém que viva a sua.

O negócio foi o seguinte, a Letícia sempre me traiu e o fato de saber que alguém me traiu me atrai de modo que eu possa participar. Porém, cansa esperar a tua namorada de dois meses terminar um rolo de 6 anos. Nada mais justo, correto? Estou a menos tempo, eu saio. Não se apaga tanto tempo em poucos meses. Não posso lutar contra algo que tem mais força, mais intensidade, mais tempo, é questão de senso.
Não sou do tipo que se envolve em relações para estragá-las, na verdade, nem sei porque entre nessa. A Leticia sempre foi muito charmosa, até demais e me cativou desde o primeiro dia em que saimos, mesmo ela estando com a Graze e eu com a Lavínia. Aconteceu rápido, duas semanas depois elas terminaram, eu não estava mais com a Lavínia e então começamos um rolo, ela por carência e eu por diversão, só para variar. Deu no que deu, duas semanas depois eu estava em uma cafeteria com um amigo e ela entrou de mãos dadas com a Graze, trocando beijos e carícias, me viu e sorriu sem graça, me cumprimentaram e saíram. Será que a minha cara foi engraçada? Claro. Depois disso, muitas conversas entre mim e Leticia, nunca compreendi tanto uma mulher, pedi um trio e nada, controladora do jeito que é, ela não me permitiu que ficasse com outras meninas e nem ao menos saísse com pessoas que ela não estava acostumada a me ver junto, surtei, não me movi, não sai da linha e em troca, eu receberia ela toda pra mim.
Mulher apaixonada é um caralho, correto? Já que nós, bando de sapatas, detestamos um caralho (ou não, não irei generalizar, digo por mim que detesto).
Dois meses depois, encontrei uma ex minha no estúdio em que fui fazer uma tatuagem, fomos a um fast food almoçar e ai um inferno começou desde então. Isso foi há uma semana e a Letícia nos viu almoçando e reconheceu minha ex, minha vida virou ao avesso por uma semana, saia para a faculdade e me lascava com a Letícia ligando toda troca de aula, me buscando na saída e possivelmente me vigiando no intervalo, todos os dias dormia em casa, ia na padaria comigo, tudo. O telefone tocava e ela corria para atender, dizia que me amava demais para me deixar ir, PORRA, se me amava tanto assim, custava me deixar viver, respirar?

Eu hein, só as psicóticas na minha vida. SAI DE MIM.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Luisa B.

A pergunta é: De onde eu surgi?
Do saco do meu pai oras e dos projetos de Deus, claro. Mas, além disso, sou a imaginação cheia de fantasias, um projeto de quem me edita, configura e me dá vida. Eu atiço sua imaginação com a imaginação de alguém? Ótimo, talvez esse seja um dos objetivos ou pontos característicos disso tudo aqui.
Mas é, quero deixar claro que aqui serão postados textos aleatórios voltados para mim, especificando: CONTOS e mini contos. Há uma web terminada, a primeira publicada, chamada “SEM NADA TER”, está postada na comunidade Adquira Conceitos. [Link ao lado esquerdo].
Irônia, café com vodka e mulheres. Obrigada, eu voltei.